segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Por mais crianças na cidade, por uma cidade das crianças


A cena é comum em muitas cidades brasileiras: no cruzamento de grandes avenidas, o semáforo fica vermelho, a criança passa de carro em carro deixando no espelho retrovisor um pacotinho de balas com uma mensagem de esperança. Custa um real. Dentro dos veículos, uma garota no banco de trás está vidrada no microtelevisor estrategicamente postado à sua frente; no automóvel vizinho, um menino brinca com o smartphone de seus pais.
São retratos distintos da vida moderna, no qual o espaço da infância na cidade está escondido, indefinido, momentaneamente perdido. As lembranças de gerações anteriores deixam a certeza de que, não muito antigamente, a rua era o principal palco das travessuras e brincadeiras infantis, sendo um componente essencial de seu desenvolvimento motor, físico, emocional e cognitivo. Era na via pública que a criança enfrentava desafios e se relacionava com seus pares.
Texto de Danilo Mekari do Portal Aprendiz continue lendo clique aqui

sábado, 22 de agosto de 2015

Campo Limpo



Por: Renato Luz

Domingo na praça. Ou seria domingo no parque?

Em uma das regiões mais periféricas da grande metrópole é dia de aparição. Não daquelas aparições de outro mundo, mas sim de gente de verdade que quer estar neste mundo, de corpo e alma.

Gente que, tratada como coisa descartável nas engrenagens capitais, tem sede de humanidade. Todo dia.

O abandono e os corpos se misturam por aqui. No chão, as inúmeras embalagens de doces, legais e ilegais, somam-se às bitucas e às tampinhas, já incorporadas à terra e à grama. Poucas lixeiras. Banheiro e bebedouros nenhum. Não há necessidades por aqui? Virtualidade demais para esta realidade.

Nesta paisagem urbana, fronteira da mesmice morta e do inesperado da vida, do lixo cultivado e do sorriso sedento, em mais uma tarde de domingo, aparecem as meninas brincantes.

Nas mãos, cordas, bolas, livros e tecidos. No coração, sonhos e a alma lúdica, a utopia no horizonte de uma cidade reocupada com inteireza e amor, com menos medos, menos grades. A infância resgata fazeres coletivos. E é resgatada.

Depois de limpo o campo, as crianças vão chegando, abelhas no mel. Cantinho da leitura, canções de pular corda, brincadeiras de roda, gritos e risadas. Na terra, o corpo solto, não o copo sujo.

Aqui, a esperança de uma outra cidade, colo do improdutivo e necessário brincar, a nos limpar por dentro. Aqui, campo limpo



sábado, 25 de julho de 2015

Campanha "Quero brincar nas ruas!"




“Ah, a rua! Só falam de tirar as crianças da rua.
Para sempre? Eu sonho com as ruas cheias delas.
É perigosa, dizem (...)
Vejo por outro ângulo: um dia devolver a rua
às crianças ou devolver as crianças às ruas;
ficariam, ambas, muito alegres” 
(Paulo Freire)


É possível uma rua onde crianças brincam sem se preocupar com carros? Dá pra conciliar os eletrônicos com brincadeiras onde o corpo se movimenta e se relaciona com a rua, o bairro e a cidade? Imaginamos vizinhos e vizinhas sentados nas calçadas proseando sobre a vida? Podemos ver casais namorando em frente aos portões? A cidade como lugar de encontro e convivência, ainda é possível?

Foram perguntas como essas que mobilizaram o Coletivo Brincantes Urbanos a criar o adesivo com a frase “Quero brincar nas ruas!”: a ideia é provocar reflexões sobre a cidade que vivemos, que hoje é tomada pela cultura do medo e a valorização do carro em detrimento das pessoas.
Acreditamos que os espaços públicos da cidade estão longe de serem acolhedores para o convívio, principalmente quando falamos de crianças e famílias. Faltam bancos, calçadas adequadas, boa iluminação, banheiros, bebedouros, lixeiras, faltam cores e gentilezas com a cidade e as pessoas...

Mas é preciso agir! Cobrar o poder público para a desburocratização, ampliação, criação e manutenção de políticas que promovam espaços de convivência, tais como as ruas de lazer, projetos em praças públicas e inovações a partir da escuta das pessoas.

Além disso, é urgente que cada um de nós reaja a cultura do medo e crie pequenas ações de enfrentamento à desumanização da cidade: levar o filho na praça ou parque público, andar a pé pelo bairro, formar grupos de atuação comunitária e ou espaços de convívio, brincar na calçada! Acreditamos que pequenas ações como estas podem interferir na lógica da cidade e trazer relações mais humanas e afetivas para o nosso cotidiano, pois como nosso mestre Paulo Freire poetizou: se devolvermos as ruas às crianças e as crianças às ruas, ambas serão mais felizes!



sábado, 30 de maio de 2015

Confira nossa agenda de atividades na plataforma SPCultura


Nossa programação está no mapa de cultura da cidade, o SPCultura!

O SP Cultura é a plataforma livre, gratuita e colaborativa de mapeamento da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo sobre o cenário cultural paulistano. Ficou mais fácil se programar para conhecer as opções culturais que a cidade oferece: shows musicais, espetáculos teatrais, sessões de cinema, saraus, entre outras.

Clique aqui e confira no SPCultura as datas do Projeto Comigo Não Morreu! na praça do Campo Limpo que vai até agosto, depois circularemos pela cidade toda eba!









sexta-feira, 15 de maio de 2015

O brincar em São Paulo


Como as crianças brincam na cidade?

O Projeto Território do Brincar com seu olhar sensível nos mostra em dois vídeos curtinhos um pouco das brincadeiras que acontecem na cidade.

Parte 1 - Clique aqui

Parte 2 - Clique aqui









sexta-feira, 8 de maio de 2015

Um espaço que favoreça a Infância

A importância de se pensar um espaço que favoreça a infância, quando se pensa um futuro melhor para a humanidade, é cada vez mais evidente nos dias de hoje. A visão de infância que veio se alicerçando no Brasil e no mundo, se por um lado foi favorecida por sua crescente distinção, por outro foi sendo cada vez mais afastada de sua essência que, outrora anônima, permanecia mais protegida, mas hoje se expõe como possível usuária de serviços e consumos.

Neste sentido, vemos espaços públicos ou privados sendo pensados por adultos e construídos para serem oferecidos à infância. A imersão no cientificismo e pragmatismo que predomina na atualidade, partindo de premissas objetivas e pré-estabelecidas, acabam criando espaços estanques, que raras vezes tocam nas necessidades mais profundas da infância. 
...

Texto produzido pela Casa Redonda, continue lendo clique aqui.